A adoção de um novo sistema de monitoramento digital de frequência é um assunto que ganhou destaque na rotina de trabalho de servidores técnicos e supervisores nas últimas semanas na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Desde maio, a fase de teste do ponto eletrônico está em vigor para alguns setores da Universidade, e passa a valer de forma integral para todos os técnicos da Rural a partir de 1º de outubro deste ano.
Com a implementação do novo método, é normal o surgimento de dúvidas e dificuldades. A mudança é grande para os técnicos administrativos e suas chefias, que podem ser outros técnicos ou docentes. De forma geral, a frequência de cada funcionário deixará de ser aferida através da assinatura em folha impressa e passará a ser homologada de maneira online, através do Sistema de Gerenciamento de Recursos Humanos(SIGRH), com módulo reformulado para incluir essa nova demanda.
Na visão da diretora do ICHS, Flávia Braga, o uso do SIGRH é positivo para o gerenciamento. “Existem ferramentas do Governo Federal que estão sendo utilizadas nacionalmente. Um aspecto conduzido corretamente pela Rural é que ela não optou por um sistema externo a nós. Isso é positivo porque a própria instituição vai ter mais controle sobre esse sistema, podendo fazer os ajustes e adequar para as particularidades da nossa Universidade”, comentou a professora. Assim como a presença, os horários de saída e volta do almoço passam a ser registrados na plataforma, que funciona como um banco de horas padrão, ao exemplo dos utilizados por empresas privadas.
Críticas e expectativas – Uma das críticas ao ponto eletrônico é o desconforto pela supervisão frequente e a falta de flexibilidade, argumentados pelo fato dele não levar em conta necessidades e imprevistos do dia a dia dos funcionários, como atrasos causados pelo tempo no deslocamento. A funcionária Andreza de Sá, lotada desde 2018 na secretaria da Direção do ICHS, diz que a nova rotina também gera impactos emocionais. “O trabalho em si continua sendo o mesmo, mas a rotina fica mais cansativa. Para quem mora longe, o deslocamento é exaustivo. O transporte público aqui é precário, e isso compromete o trabalho. Acaba nos deixando mais fadigados e ansiosos.” Andreza é moradora de Nilópolis, localidade para o qual existem poucos ônibus disponíveis. A diretora Flávia Braga concorda que essa novidade altera de forma significativa o trabalho. “As mudanças tecnológicas implicam em mudanças reais na vida das pessoas reais. E quase sempre, elas apontam a redução da autonomia do trabalhador em favor da chamada produtividade”, ela argumenta.
Imprevistos também devem ser registrados no SIGRH no formato de ocorrências, que podem ir da justificação do comparecimento a consultas médicas até os problemas técnicos já conhecidos pela comunidade profissional. Tudo isso deve ser supervisionado e homologado pelas respectivas chefias de forma semanal ou mensal. “Esse primeiro mês tem sido, da minha perspectiva como chefia, de muita insegurança, por não saber exatamente em que caso eu preciso homologar. Eu acho que ocorrências mais especificas tendem a facilitar, porque quando os casos são muitos genéricos fica sempre muito cinzento saber se aquela situação concreta que aconteceu com o servidor cabe na ocorrência registrada ou não”, comenta o coordenador do curso de Direito do ICHS, Ely Xavier Jr, do Departamento de Ciências Jurídicas.
Problemas técnicos e de infraestrutura lideram a lista de reclamações. Por estar em fase de testes, o sistema, que só pode ser acessado através da rede cabeada, sofre com imprevistos comuns como falhas no fornecimento de energia elétrica. A técnica administrativa Zenilde Nery, secretária do Departamento de Letras e Comunicação (DLC), diz que a situação é desanimadora “Tento cumprir todos os horários, para ver se é possível não ter que lançar nenhuma ocorrência no sistema. Mas por mais que eu os cumpra, sempre fico devendo minutos, por causa da falta de internet e quedas de luz”. Essas dificuldades carecem de um período de adaptação, para interpretar todos os pequenos casos de uma instituição grande como a Rural. Segundo o coordenador Ely Xavier, “Uma coisa é você prever a implantação de um sistema genericamente, outra coisa são as particularidades da Universidade. Até termos clareza sobre como operacionalizar todas essas exceções vai demorar um tempo e à medida que as coisas forem acontecendo o sistema vai ter que se adaptar”.
Comunicação e tutoriais – A Rural já havia iniciado a discussão sobre os trâmites da frequência eletrônica desde 2019, como mostra a Deliberação do Conselho Universitário 77/2019, processo que foi adiado pelas complicações do período de isolamento na pandemia de Covid-19. A pressão foi aumentada a partir da notícia que a Rural recebeu uma ordem judicial, acompanhada pela Controladoria Geral da União (CGU), pedindo o cumprimento da determinação.
Para sanar dúvidas, a Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) orienta que acesse o canal Converse (https://converse.ufrrj.br/channel/Ponto_Eletronico), onde os setores envolvidos entram em contato para ajudar.
Há também tutoriais para o acesso aos módulos da frequência que podem ser conferidos aqui e aqui.
Em breve, a Pró-Reitoria também deverá lançar uma cartilha com as principais questões.
Texto: Nicole Lopes – estagiária de Jornalismo da Comissão de Comunicação do ICHS
Colaborou: Andreza de Sá
Imagens: CCS/UFRRJ e Unsplash
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